É a maior cigarra ocorrendo em Portugal, nomeadamente no centro do país,
onde há anos era abundante em vários biótopos, mas que ultimamente se tem
tornado rara. Na década de sessenta e inícios de setenta, por exemplo, ainda a
encontrava em grande número em oliveiras (Olea europeae) e até em
milheirais (Zea mays) e vinhas (Vitis vinifera) em algumas localidades do centro
do país, onde hoje desapareceu quase completamente como resultado de práticas agrícolas desadequadas, com recurso abusivo a pesticidas e herbicidas
(foto 5).
Distribuição- Colhida pelo autor ou citada para o Baixo Alentejo (Serra do
Mendro), Alto Alentejo (Castelo de Vide, Marvão, Portalegre), Estremadura
(Monte da Caparica, Serra da Arrábida), Ribatejo (Soure, Tomar) e Beira Litoral
(Alburitel, Leiria, Vila Nova de Ourém, Serra de Aire).
Ecologia- Em bosques abertos, olival e “garrigue”, normalmente pousada em
árvores como a oliveira (Olea europeae), o pinheiro (Pinus pinaster) e a
azinheira (Quercus rotundifolia), sendo no passado frequente, por exemplo,
em milheirais (Zea mays) e vinhas (Vitis vinifera).
Notas - Machos emitem sinais acústicos desde Junho até fins de Agosto, os
quais consistem numa série contínua de longas frases distintamente
moduladas em amplitude. Cada frase compreende um aumento inicialmente
rápido em amplitude do sinal, que passa a ser depois mais ou menos constante
e que, a certa altura, mostra uma diminuição lenta e progressive na
intensidade. Em exemplares estudados, a frase variou entre 12 a 13 seg., com
uma fase inicial de 1-2 seg.
Trata-se de uma espécie de certo modo
carismática, pois para além de ser a maior que ocorre em Portugal, Espanha e
na Europa é a que produz a timbalização de maior intensidade. Para além do
sinal ser produzido pelos tímbalos, esta cigarra produz ainda modulação
secundária através do movimento do abdómen que abre e fecha a abertura que dá acesso à cavidade por baixo dos opérculos.
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